Hole - Nobody's Daughter

14 de dezembro de 2011
Hole – Nobody’s Daughter pode ser resumida em “explosão de força”. Neste álbum, Courtney Love prova que seu legado vai muito além do título “mulher de Kurt Cobain”. A produção, com influência de Bob Dylan, também foi inspirada em  R.E.M., Radiohead, U2 e Fleetwood Mac, segundo Love, foi lançada em 27 de abril de 2010.
A faixa inicial, “Nobody’s Daughter” que leva o nome na capa, faz parte das Rehabs Demos, músicas criadas por Courtney durante a reabilitação pelo uso de drogas, fato relacionado a crise que afetou seu último disco e causou o rompimento da antiga formação de Hole.  Silenciada, dopada, trancafiada, Love compacta todos os sentimentos nessa música. Um bom arranjo de guitarra, voz suave, Nobody’s Daughter revela o caráter auto-biográfico do disco.
A segunda faixa, Skinny Little Bitch, chega ainda mais revoltada e é o primeiro single da banda Hole em dez anos. Letra suja, Courtney deve ter dado boas risadas enquanto fazia. O grito final da música, prefiro caracterizar como dramático, como “vamos zuar mais um pouco”. Em seguida, temos “Honey”, mais acústica, leve e mais que adequada para darmos uma respirada de toda a agitação. A letra nos dá uma leve impressão de que foi escrita inspirada em Kurt Cobain...
A quarta música “Pacific Coast Highway”, também uma música tranqüila, mas forte e melancólica.  Ao contrário da maioria das músicas do disco, essa nos revela o lado frágil e melancólico dessa personalidade tão conflitante. Samantha é animada e fica ainda mais enérgica quando todas as vozes se juntam para gritar “People like you, people like me...”. O ritmo de fundo é o mesmo na maior parte da música, o que de jeito nenhum a torna monótona.
Depois, Someone Else's Bed entra como mais uma das faixas calmas do CD, meio previsível, mas agradável. For Once in Your Life parece uma canção de ninar daquelas que contam histórias para as crianças, mas, no caso, uma canção triste, trágica e acima de 18. Alías, a maioria das músicas do álbum falam sobre garotas perdidas com suas vidas complicadas, como o próprio título diz, “filhas de ninguém”.
A oitava faixa, Letter to God, considero a mais comovente. Sua letra é como uma carta de suicídio, uma tentativa, uma alma perdida a procura de Deus. A batida começa lenta, e vai se alterando sensivelmente com o passar da música, ficando mais encorpada somente depois de um minuto. Loser Dust chega para quebrar a rotina e acelera. Nela, encontramos o que há é habitual da Courtney, muitos gritos e chingamentos que contagiam. Só ela pra conseguir ser doce e amarga ao mesmo tempo.
How Dirty Girls Get Clean foi o primeiro esboço do album, ou seja, uma das Rehabs Demos. Definitivamente é a minha favorita. Começa rápida, com uma guitarra veloz, voz rouca... e depois acelera ainda mais, mantendo a vibe pesada.. Por fim, Never Go Hungry nos teletransporta pra uma fogueira de acampamento. Essa é única música que lembra um pouco da música folk de Bob Dylan, mais acústica e melódica.
Enfim, Nobody's Daughter marca a volta da banda Hole (Apesar de ter apenas Courtney Love como integrante original) em grande estilo. Alternativo, pop... Mas ainda assim rock'n roll. Vale cada centavo.

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